quarta-feira, 1 de junho de 2011

Esperando a Sorte...

Já tive milhares de blogs, incontáveis espaços dedicados à reflexão pessoal e à expressão dos meus sentimentos na rede. Tantos mesmo, com tantos assuntos variados, tantas temáticas expostas, tantos planos, objetivos, metas... E a vida, como um ciclo interminável que se renova a cada etapa que a gente busca terminava com cada um desses espaços e criava novos. E esse vem ser exatamente um espaço em que busco uma expressão mais madura daquilo que mais tento entender: meus sentimentos.

Parece problema de classe média, mas acho que a questão está mais profunda do que um simples probleminha que atrapalha a harmonia burguesa imposta há tantos anos por nossos pais e pelo conservadorismo alienante de nosso país. Não. Sentimentos não escolhem classe social, raça, cor, orientação sexual, sexo, etnia, nacionalidade... Eles simplesmente estão aí e você meio que é obrigado diariamente a lidar com eles, queira você ou não. É bastante paradoxal. Somos livres, ou não somos? O sentimento da liberdade é realmente o de liberdade, na raiz da palavra? Você não se sente pressionado a ser livre, e isso, de alguma forma, representa algum tipo de coerção? Complicado...

Fechei um acordo comigo mesmo. Não vou revisar os textos que publico aqui. Vou logo avisando que tenho hiperatividade mental (do tipo, sou diagnosticado com isso...) e sou meio verborrágico e sem sentido às vezes. Quero usar o espaço pra desabafar, pra falar sobre, pra não ter amarras... Pra ser livre no mais profundo sentido dessa palavra. A decisão de compartilhar se faz pelo fato de, para mim, não haver sentido na produção de qualquer conteúdo cultural sem que ele seja compartilhado. Toda informação deve ser compartilhada em minha opinião. E sim, isso é coerção. Mas quem disse que eu sou 100% a favor da liberdade? Nem nós mesmos nos conhecemos.

A questão da sexualidade se faz muito importante na mídia ultimamente. E hoje, em uma conversa com a minha mãe, uma pessoa bem instruído e com bases nada conservadoras, descobri que reside nela um medo absurdo de que qualquer tipo de agressão, por parte de homofóbicos, se dê no sentido de reprimir atitudes simples e nada "obscenas" dos homossexuais. Ora, quer dizer que todos os gays, lésbicas, transsexuais, bissexuais, travestis, simpatizantes, indecisos, bissexuais, curisosos e o diabo a quatro devem se fechar numa caixinha de fósforos e aceitar que um bando de gente burra, limitada e sem informação decente aja livremente pelas ruas? É basicamente aceitar o erro conservador que permeia esse país há décadas.

E essas manifestações pela "manutenção" do modelo tradicional familiar? Quer dizer que sou menos família se for casado com outro homem e criar uma criança com todo o amor do mundo? Quer dizer que isso é menos válido? Quer dizer que o que é válido é você deixar as crianças jogadas à própria sorte em orfanatos lotados e sem a mínima infra-estrutura, só pelo simples fato de você não constituir uma família tradicional?

Sinceramente cansei de escrever. Me causa asco.